O soldado israelense Gilad Shalit chegou ontem à base militar de Tel Nof, no centro do país, onde se encontrará com sua família pela primeira vez após mais de cinco anos de cativeiro em poder do Hamas. Ele viajou em helicóptero da Força Aérea israelense que saiu de acampamento militar próximo à faixa de Gaza, onde Shalit tomou banho e trocou a roupa dada pelos sequestradores. Em contrapartida a ação do Hamas, Israel libertou ontem 477 presos, como parte do acordo estabelecido com o grupo palestino, que em troca de Shalit prevê a libertação de mais de mil palestinos detidos em Israel.
Segundo informações divulgadas pelo Exército de Israel, Shalit falou ao telefone com seus parentes e recebeu um óculos, os primeiros que recebe desde que foi preso em junho de 2006. As imagens mostram Shalit com uniforme militar. Ele foi promovido a primeiro sargento assim que saiu do cativeiro.
A imprensa local informou que os exames médicos realizados mostraram que a saúde do israelense é boa, embora apresente sinais de magreza e rosto pálido. Shalif foi entregue na manhã de ontem por membros do Hamas, em Rafah, na fronteira da faixa de Gaza com o Egito, a representantes do Comitê Internacional da Cruz Vermelha e funcionários do governo do Egito.
Shalit ainda permanecerá na base de Tel Nof, onde será realizada cerimônia com a participação do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, do ministro de Defesa, Ehud Barak, e altos comandantes militares, antes de partir de helicóptero para a casa de sua família, em Mitzpe Hilá, no norte de país.
Gilad Shalit, que também tem nacionalidade francesa, foi sequestrado em 25 de junho de 2006, durante operação do Exército israelense na faixa de Gaza, segundo a versão palestina, e em sua base em território israelense perto do limite de Gaza, segundo a versão israelense. Quando capturado, Shalit era cabo e tinha 19 anos. Ele foi promovido a sargento durante seu sequestro e estaria em alguma parte da faixa de Gaza, dominada pelo Hamas desde 2007, quando o secular Fatah, do presidente da ANP, Mahmoud Abbas, foi expulso do território à força.
O acordo
A TROCA
Israel liberta 477 prisioneiros297 na faixa de Gaza
132 na Cisjordânia7 em Israel
41 no Qatar, Síria, Jordânia e Turquia
GANHAM
Hamas, porque se encarregou da negociação que libertou centenas de palestinos
Netanyahu, porque quase 80% da população apoia a troca
Egito, porque foi quem mediou o processo
PERDEM
Fatah, porque foi ofuscado pela conquista do Hamas
Quarteto para o Oriente Médio, porque mostrou ser irrelevante na negociação
INDEFINIDO
O processo de paz. Por um lado, troca é resultado de negociação entre ambas as partes. Por outro, Hamas conseguiu o que queria por meio da opção armada e do terrorPRINCIPAIS LIBERTOS
Abdullah Barghouti
Sentenciado a 67 prisões perpétuas por produzir bombas
Ahlam Tamimi
Participou do atentado à pizzaria Sbarro, em que morreu o brasileiro Giora Balazs
Yehia Sanwar
Um dos fundadores do braço militar do Hamas.
Nasser Iteima
Condenado por explosão de hotel durante a Páscoa judaica em 2002Mohammed al Sharatha
Responsável pelo sequestro dos soldados Ilan Saa’don e Avi Sasbortas, em 1989
Saiba mais
O principal obstáculo para Israel era a libertação de aproximadamente 400 presos envolvidos em crimes violentos.
O governo do Estado judaico se negava a libertá-los ou exigia que fossem enviados à faixa de Gaza, embora seu lugar de procedência e residência familiar fosse a Cisjordânia.
Ainda em julho deste ano, o chefe das Forças Armadas de Israel, Benny Gantz, escalou uma equipe especial para revisar a investigação sobre o cativeiro de Shalit, após o fracasso de várias tentativas de acordo com o Hamas.
O Hamas chegou a divulgar um vídeo de Shalit no cativeiro após a mediação de países europeus. Antes disso, esforços da comunidade internacional tinham rendido apenas o envio de algumas cartas e um áudio.
Na última tentativa de acordo, o Hamas já exigia a libertação de mil presos em troca de Shalit.
Com as informações do O POVO Online
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