Perfil

Minha foto
Raimundo Machado de A. Neto, estudante de Jornalismo da Faculdade 7 de Setembro.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Dia do Cartógrafo - Entrevista com Paulo Thiers.



O dia 06 de maio, embora seja um dia comum para muitos, és de grande valia para os profissionais da Geografia. Isto porque justamente na data de hoje, os cartógrafos são homenageados por sua paixão de “fazer” mapas. A Sociedade Brasileira de Cartografia (SBC) escolheu esta data devido ao fato de que no final de abril do ano de 1500, um astrônomo - da frota de Pedro Álvares Cabra - conseguiu determinar a latitude da Baía de Cabrália, atual Porto Seguro.
Com o avanço das tecnologias, os cartógrafos conseguiram fazer com que os mapas ficassem mais modernos com o auxílio de equipamentos criados especificamente para o ramo.
A cartografia é uma especialidade da engenharia, que detém as técnicas de processamento, visualização e análise obtidas por meio de observações da superfície terrestre. Com base em informações sobre solo, relevo, recursos hídricos, vegetação, clima, densidade populacional e demografia, o engenheiro cartógrafo elabora mapas de cidades, países e continentes, plantas topográficas, cartas náuticas, aeronáuticas e de navegação aérea ou marítima.
A profissão de engenheiro cartógrafo é das mais antigas, tendo suas origens em 1810, segundo registra os documentos históricos da época.
O professor Paulo Roberto Thiers da Universidade Federal do Ceará (UFC) é o responsável pelo setor de Geografia da Universidade. Especializado na área de Cartografia, ele nos explica melhor sobre o assunto:
[RM] - Como você avalia a evolução dos mapas? Com o apoio de GPS e demais equipamentos, torna-se mais fácil de desenhar este instrumento tão importante para a Geografia?
[Paulo Thiers] - A evolução das ciências e técnicas para a produção da informação foi extraordinária, até pelo recorte temporal: 35 anos, aproximadamente. E, ressalte-se, que hoje é mais rápido, preciso e, relativamente, o custo para mapeamento é menor.
O desenvolvimento de tecnologias como GPS (sigla em inglês para Sistema de Posicionamento Global), conjuntamente com outras tecnologias, como a poderosa ferramenta para produção de sistemas de informações (SIG) e a técnica de sensoriamento remoto, utilizada para a extração de informações sobre imagens orbitais, obtidas por modernos sensores com altíssimas resoluções espaciais e espectrais (sensores hiperespectrais). A topografia utiliza sistemas robóticos e varreduras a laser para a produção de mapeamentos com alta acurácia, com pouca intervenção humana nos comandos operacionais, em campo.
[RM] - A Sociedade Brasileira de Cartografia tem alguma ligação com o IBGE? Como vocês atualizam os dados com estes órgãos?
[P.T] - O IBGE tem prestado inestimáveis serviços à Cartografia e Geodésia para o desenvolvimento desse país, ao longo de muitos anos: não se faz desenvolvimento sem os alicerces da cartografia e geodésia. Não se constrói: rodovia, sistema de abastecimento de água, eletrificação, metrô e nem um edifício, sem bases cartográficas confiáveis.
[RM] - O curso de Cartografia em nível nacional é pouco procurado por quais motivos?
[P.T] - Existem poucos cursos de Engenharia Cartográfica no país, como poucos são os cursos de Engenharia de Agrimensura. Há consenso de que os dois cursos devam ser fundidos, vista de que têm currículos com algumas semelhanças. É razoável.
[RM] - Há quantos anos você atua nessa profissão?
[P.T] - Estou formado desde 1981, com experiência na área de cadastro fundiário, sensoriamento remoto, topografia e posicionamento terrestre com GNSS. Na docência, desde 1992.
[RM] – Qual a experiência, na Cartografia, tem lhe despertado atenção, atualmente?
[P.T] - As imagens de satélites com altíssimas resoluções espaciais (40cm) obtidas por sensores a altitudes superiores a 700km, e receptores do sistema GNSS (GPS+GLONASS+COMPASS+GALILEO), determinando posicionamentos terrestres com precisão na faixa de 0,3mm, para a produção de informação cartográfica.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

COMENTE AQUI !!!