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Raimundo Machado de A. Neto, estudante de Jornalismo da Faculdade 7 de Setembro.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Kirchner conquista vitória arrasadora nas presidenciais argentinas

Buenos Aires, 24 Out 2011 (AFP) - A presidente argentina, Cristina Kirchner, conquistou uma vitória esmagadora com 53,7% dos votos, após a apuração de 96,7% das urnas, o maior triunfo desde o retorno da democracia em 1983, e dedicou a vitória ao falecido marido, o ex-presidente Néstor Kirchner.


A ampla vitória permite e Cristina Kirchner, 58 anos, uma advogada peronista, manter a maioria no Senado e recuperar o controle da Câmara dos Deputados, perdido nas legislativas de 2009.


"Convoco a unidade, aprofundando um projeto de ajude a melhorar a vida dos 40 milhões de argentinos", afirmou em um palanque diante da Casa Rosada, diante de uma multidão.


O socialista Hermes Binner, com 17%, foi o segundo mais votado. Critina Kirchner é a primeira mulher reeleita na história do país, para um mandato até 2015, e registrou o maior número de votos desde a redemocratização, superior aos 51% de Raúl Alfonsín em 1983.


A lei argentina consagra presidente o candidato com mais de 45% dos votos ou mais de 40%, mas com vantagem de 10 pontos sobre o segundo colocado.
A participação foi de 77% dos quase 29 milhões de eleitores.


Quase quatro horas depois do fechamento dos centros de votação, com apenas 15% das urnas apuradas, a presidente se declarou vitoriosa em um discurso diante de centenas de partidários em um hotel da capital que serviu de quartel general da sua campanha.


A presidente argentina se declarou vitoriosa ao afirmar que "na vitória sempre é preciso ser maior ainda" e ao saudar seu ministro da Economia e companheiro de chapa Amado Boudou como "vice-presidente eleito".


As pesquisas de boca de urna divulgadas pela televisão indicavam a reeleição de Cristina com 55% dos votos.


Atrás de Binner, governador da província de Santa Fé, aparecem o deputado Ricardo Alfonsín (11,1%) e Alberto Rodríguez Saá (7,9%), anunciou o ministro do Interior, Florencio Randazzo.


A vitória arrasadora ocorre dias antes do primeiro aniversário da morte de seu marido Néstor Kirchner (2003-2007).


Eufóricos, militantes governistas saíram às ruas minutos depois do anúncio da reeleição da mandatária pela TV e começaram a agitar bandeiras e a bater bumbos na Praça de Maio, diante da Casa Rosada, sede do governo.


"Somos a gloriosa Juventude Peronista!", cantavam os manifestantes na praça.


Antes de votar em Río Gallegos (2.600 km ao sul de Buenos Aires), onde está enterrado seu marido, a presidente afirmou com lágrimas nos olhos: "Não posso dizer que é um momento de felicidade porque estaria mentindo, também não diria que é de tristeza. Onde ele estiver, deve estar muito feliz com o fato de as pessoas terem ido votar, todas em paz".


A mandatária assumiu o poder e o peronismo depois da morte de seu marido, no dia 27 de outubro do ano passado.


Néstor Kirchner foi quem tirou o país do buraco após a tragédia econômica e social do final do século XX, e renegociou a dívida após o maior 'default' da história.


A popularidade de Kirchner é apoiada, segundo analistas, na dinâmica da economia, no consumo e nas exportações agrícolas em um país com uma média de 8% de crescimento do produto interno bruto desde 2003.


Outra política dos Kirchner foi promover os julgamentos por crimes na ditadura (1976-1983) com 244 militares e policiais condenados e outros 800 que aguardam sentença.


"A razão da vitória é simples: 60% dos argentinos estão bem e dos 40% restantes que estão mal, a metade é peronista", disse à AFP o sociólogo Jorge Giacobbe, diretor da consultoria de mesmo nome e ex-assessor da Transparência Internacional.


Giaccobe disse que outros motivos são "a inexistência de oposição e a comprovação de que os meios de comunicação opositores (majoritários) não incomodam Kirchner".


Durante sua campanha, Kirchner ressaltou a redução dos níveis de pobreza, que hoje chega a 8,3% (2 milhões de pessoas nas 31 principais cidades do país).


Kirchner já tinha obtido 50,7% dos votos nas primárias obrigatórias de 14 de agosto.


Quase 29 milhões de argentinos estavam habilitados a votar nestas eleições, em que também foram renovados a metade da Câmara dos Deputados, um terço do Senado e foram eleitos nove governadores.

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